LET IT SHINE

                                         

Aquela

Ainda sou aquela mesma garota que adorava falar besteiras, aquela que cantava músicas idiotas pra relembrar o passado, aquela que tocava campanhinha e saia correndo, aquela que passava trote pra todos 0800 do Brasil, aquela que pulava muros, aquela que comprava doce em Seu Manoel, aquela que escrevia na agenda todas as noites antes de dormir. Ainda consigo acreditar no bom, mas hoje sei que o mal existe e ele está em grande maioria. Mesmo sabendo que existe certo e errado busco não me prender a isso, afinal o que é certo pra mim pode não ser certo pra você.
Sabrina Teles, 25/11/2009
Já tive mil e um amores, uns mais fracos, outros um pouco mais fortes, todos me fizeram crescer muito, e sabe que eu acho? Que amar faz realmente bem, um dia com certeza você irá se decepcionar, pois as pessoas não são como você gostaria e nem nunca serão, mas faz parte ninguém veio pra terra pra ficar deitado na praia tomando água de coco, a gente veio pra realmente cair e levantar.

Metamorfose ambulante

Eu sinto que tudo se renova em mim a cada dia. É como os exoesqueletos dos artrópodes, cada vez que eu cresço nasce algo novo dentro de mim, que digere o que foi velho e o que já passou. Então, eu saio do velho, abandono aquela “capa” antiga, que por ser menor e de uma etapa anterior da minha vida não me cabe mais. Assim, começo a usar a nova capa. A princípio me sinto insegura, frágil como um besouro quando abandona seu velho exoesqueleto. Mas depois ganho a segurança, a certeza que essa mudança foi melhor. Depois de um tempo, percebo que o frágil pode se tornar mais resistente, e que além de crescer eu posso ter sofrido uma metamorfose. Todo esse processo de muda, ecdise me faz entender que tudo é fase, e se ela não for suficiente, com o crescimento virão outras oportunidades de muda. Se os artrópodes conseguem mudar, inovar, crescer ao longo da vida por que eu, ser humano, última do cladograma, não posso mudar? Em vista disso, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante... como bem disse, Raul Seixas.
Sabrina Teles, 25/11/2009

Matando e morrendo

O coração não bate mais como antigamente, não há ninguém que impulsione aquele acordar mais cedo, os dias são completamente iguais, o sentimento é nulo. Comer e estudar já satisfaz. Tudo é tão constante, tão vazio, não há sentido, mas ela não o procura. Prefere viver assim sem se mover, sem sorrir pra qualquer um, afinal o seu sorriso não é para todos.
Talvez leve mágoa no coração. Parece ser tão simples se fechar pro mundo e culpá-lo por tudo que a já fizeram de mal, parece ser simples tentar esquecer o que está gravado no fundo da sua alma, parece simples, mas por mais que tente, ela não consegue sair do ponto de partida, um passado não tão distante a prende e a afoga em memórias e sonhos horríveis.
Ela tenta sair desse inferno silencioso que é o seu viver, mas nada é simples, coração fechado, sentimento abafado, assim ela segue tentando matar as lembranças e matando a si mesmo. Afinal, todos nós somos feitos do passado, com um pouco de presente e uma pitada de futuro.
Sabrina Teles, 21/11/2009

Mamãe Furacão



Como de costume, nos finais de semana, eu vou a festinhas pra me distrair um pouco. Entrei naquela e pensei que seria como todas às vezes em que eu fui: garotos, bebidas, música, dança e etc, mas não foi bem assim que tudo aconteceu.
Estou eu, uma garota normal de 15 anos, dançando e me divertindo com as minhas amigas. Quando de repente eu vi uma mulher exatamente igual à minha mãe: cabelos, corpo, rosto, tudo! Não era só parecida, era a minha mãe. Não acreditei que ela estava naquele ambiente. Lugar de mãe é em casa!
Não demorou para que se aproximasse. Estava ela com um homem careca e alto, posso até dizer que era bonito, mas ele era velho. Deveria ter seus 40 anos! Eu perguntei furiosa:
-Agora deu pra me seguir foi?
-Primeiramente boa noite, querida,- disse ela não com um olhar de mãe, mas de uma amiga de balada- negativo, nem sabia que você estava aqui, esse é o Paulo, o meu ficante.
-Oxe! Ficante? Desde de quando a senhora tem ficante?
-Desde o dia em que eu dei meu 1º beijo, criatura! Agora deixa eu ir que eu sou gamada nesse hit, vou mexer o popozão- falou a mulher que me colocou no mundo com uma alegria de uma adolescente.
-Gamada? Mãe, que vocabulário é esse? Volta aqui mãe, essa festa é perigosa, alguém pode te oferecer drogas! Não volte com estranhos!
Ela saiu desparada sem me dar tchau. Deu-me um aperto no peito; queria a mamãe que lavava minhas calcinhas e ficava em casa nas madrugadas de volta.
De longe eu podia vê-la dançando, sorrindo, beijando o tal careca, ela realmente estava feliz. Pensei: “ela é a minha mãe, sabe o que faz.Só está revivendo isso tudo, também tem direito de ser feliz”.
Virei-me agarrei um cara com cabelos e o beijei, afinal, um dia ele seria um careca e eu? Eu seria uma mamãe furacão.
Sabrina Teles, 21/11/2009

O erro

Errar é humano, por isso eu acredito no seu erro. Sei o quanto dói errar, eu sei o quanto é difícil ter a incerteza do que se faz.
Mesmo sabendo que nesse momento você me odeia e acha que eu não sou quem você pensou um dia, acredito que tudo isso irá passar. Acredito também que isso vai te fazer crescer muito, acredito na possibilidade de você nunca mais olhar pra mim, quando algo vira a nossa cabeça assim é difícil não deixar levar.
Confesso que sinto falta daquela pessoa que tanto se importava comigo, daquela pessoa que me ensinou a viver, daquele alguém que eu tanto chamei de amiga. Mas agora estou aqui e você aí, tudo que eu mais quero é que o passado volte. Já você, quer que o futuro chegue pra estar longe de mim. Continuo te amando com as forças de sempre e estou aqui disposta a te perdoar. Podem passar dias, séculos, anos, mas eu irei te aceitar de novo. Eu errei, todos nós erramos, pode não ser agora, mas você ainda vai me dizer "te amo".
Sabrina Teles, 15/11/2009

Amor platônico,


“Eu sou apenas alguém
Ou até mesmo ninguém
Talvez alguém invisível
Que o admira a distância
Sem a menor esperança
De um dia tornar-me visível
E você? Você é o motivo
Do meu amanhecer
E a minha angústia
Ao anoitecer
Dono de um amor sublime
Mas culpado por querê-lo
Como quem o olha na vitrine
Mas jamais poderá tê-lo
Eu sei de todas as suas tristezas
E alegrias
Mas você nada sabe
Nem da minha fraqueza
Nem sequer que eu existo”


Querer está tão longe poder e quem eu quero está tão perto, mas tão distante do meu alcance. Realmente sou eu uma criança pobre e você é o brinquedo mais caro, que estará sempre fora do meu alcance. Só eu sei como eu sinto ao te olhar e ver esse sorriso que se direciona pra mim de forma indiferente, só eu sei as milhares de noite que já sonhei com você. É difícil saber que sente o mesmo, mas não é por mim. Mas o sentimento está aqui à espera de um dia que nunca chegará. Você e eu é um sonho só meu.
Sabrina Teles, 10/11/2009