LET IT SHINE

                                         

So easy?

Sensação de felicidade mais uma vez. O que me espera? Não sei, ninguém sabe. A busca pelo amanhã melhor é constante. Mas se ele não vir? O que vamos fazer com tantas expectativas, sonhos e amores? Vamos enterrá-los mais uma vez? Não. Vamos criar os verbos “resonhar”, “reamar”, “reacreditar” e tentaremos mais uma vez.

É fácil se conformar com um sim ou não. Difícil é se questionar, é usar o porquê. É se perguntar porque as coisas não dão certo e se perguntar porque a gente não muda.

Não é fácil reconhecer o que não é saudável em você mesmo, é difícil jogar fora um hábito seu que te faz mal. Mas vamos tentar, vamos nos desapegar a quem/ o que nos faz mal, vamos pensar em positividade e deixar a negatividade de lado.

Existir é fácil, viver que é muito difícil. Mas podemos relativizar a palavra difícil e torná-la mais fácil. Busque a vida em uma flor de plástico. Mesmo inanimada ela é capaz de exibir suas belezas excepcionais.

Sabrina Teles, 29/06/2010

Solucionando

Os muros de sua vida são tão firmes quanto aqueles que a cercam. Todo amanhecer uma renuncia e uma nova chance a si mesma. O desejo não é esquecer o que ficou para trás, é querer o que ainda não foi sonhado.

Ela sorri ao lembrar que o passado é tão banal, que a cada segundo que passa ele faz mais jus ao significado que carrega.

Reconhece o quão é inteligente deixar o que é mórbido e buscar uma felicidade sólida. Felicidade sua, felicidade real, fugitiva do mundo das ideias. Felicidade digna de companhia e inimiga da solidão.

Os dias chuvosos são até mais bonitos que os dias de sol vivenciados com a tristeza. Tudo pode dar errado em volta, mas no seu interior nada é abalado, seus muros estão com estruturas montadas, o que lhe falta são apenas os retoques relevantes. Retoques mutáveis, moldáveis, que mudam de acordo com a temperatura do seu coração.

Superar vira filosofia de vida. No seu mundo é comum a fragmentação do sentimento. Ela discorda, mas aceita cegamente o que parece ser mais fácil, é mais simples matar um amor com o nascimento de outro.

O ciclo um dia se fechará. Não haverá nada para nascer e nem coragem para matar, então ela conhecerá o amor que não é sujeito à morte, o tal do imortal.

Sabrina Teles,07/06/2010

Contradizendo

Biologicamente o céu, o sol e a lua sãos os mesmos. As estrelas que brilham aqui supostamente brilham lá. A lua muda no mesmo ritmo, as horas e os minutos passam na mesma velocidade, os dias têm a mesma duração. Mas para mim não, o meu coração pulsa em ondas diferentes. Ondas que ninguém que esteja aqui ou lá é capaz de sentir.

Uma hora faz diferença, um dia faz muita diferença. A contagem sai das folhas de um calendário, dos ponteiros do relógio e passa para as batidas de um coração.

Por mais que os dias sejam bons e ensolarados, sentir o tédio é inevitável. Parece que falta um pedaço, algo falta para sentir-me em uma felicidade constante.

Busco a distração, busco encontrar algo que me atrai. Mas tudo parece tão nulo e sem nexo. O sol que aqui tenho brilha mais forte lá, a lua que aqui clareia é despercebida ao meu olhar.

Eu amo viver aqui, amo esse lugar. Sinto-me tão contraditória, pois quando lá estou escrevo palavras análogas a essas falando da saudade que sinto daqui, um lugar do sol diferente, um lugar que não é fácil viver, mas é impossível abandonar.

Sabrina Teles,04/06/2010

Independência dependente

O sentimento não queima, ele molha, venta. Vai além do desejo, mas é irresistivelmente silencioso. Ele não sabe a hora de calar e de falar, não sabe a hora de dizer sim e dizer não. Alterna-se na intensidade, mas não transmite nenhum tipo de mudança para o mundo que o rodeia.

Quem o vê de fora não entende, acha que ele já se foi, mas cada dia que passa vive mais. Vive na esperança de ser entendido por quem ama, na esperança que alguém sinta piedade de tanto amor solitário.

A luta diária é cada vez mais intensa. Falsas verdades insistem em dominar o coração confuso e cansado, já não é suficiente a dor que o amor causa por existência? Não.

No meio de tanta desordem e indecisão o sentimento se potencializa mais e mais fazendo sofrer, fazendo chorar, enlouquecer e desequilibrar.

Sinto-te tão longe do meu mundo, tão longe da minha existência. Uma independência dependente. Dependência que se fosse vital me levaria à morte. Mas nada pode ser imprescindível assim. Afinal, de quantas vidas eu precisaria para morrer de amor?

Sabrina Teles, 02/06/2010