
Nada andou após sua partida. O que era canção virou letras sem melodia. O que era certeza passou ser escuridão. Logo eu, que jurei não o sentir, prometi não depender do amor de ninguém. Pobre alma ingênua! Mal sabia que o amor não se deseja e que dependência não surge de uma forma intencional.
Você me deixou em um abismo, jurou vir me buscar um dia, mas não veio. Estou aqui, imóvel, sem olhar para os lados, sem enxergar outro alguém, sem tentar recomeçar.
Não, meu querido, não é comodismo; não estou bem nesse lugar frio, escuro e vazio. Sinto dor, a alma enruga junto com a minha face estática.
Não choro mais. Não tenho forças para molhar o seu nome com as minhas lágrimas- com razão, pois ouvi dizer que você não as sente mais. Não sente falta e não lembra mais das nossas juras.
Ouço vozes me chamarem. Escuto pessoas implorando pela minha volta à existência. Não voltarei, ficarei aqui agonizando de amor.
Talvez a culpada seja eu, esqueci de mim, e resolvi viver do que não posso mais tocar: memórias.
Sabrina Teles, 12/11/2010