LET IT SHINE

                                         

Os dois lados


Pensando bem, eu gosto do chuveiro que cai pouca água, da mãe estressada e do irmão pirracento. Pensando bem, é bom ter amigo desmiolado, que não faz e nem entende piadas nerds. Por um lado, é boa a comida feita para quatro, o suco da polpa é uma delícia e o doce de goiaba também. Poder andar de calcinha, tomar café de pijama é muito bom, mas quando a saudade bate, tudo que é prazeroso se torna ínfimo  perto de da dor que a ausência causa.

Saudade ácida, fina, apertada, descontrolada. É impossível conter os olhos ao lembrar do passado junto com aqueles. Parece que a casa cheia de móveis está vazia, pois há a certeza que tudo que deixamos lá   é muito grande  para caber em nosso lar.
Me disseram que o afastamento é inevitável. Concordo e sei que seria impossível manter os 156 juntos até o fim da vida. No entanto, acredito que para os 9, seria um prazer seguir com uma amizade diária, repleta de refeições, saídas e conversas fraternais. Sei também que para as 3, seria maravilhoso dormir e acordar infinitamente uma do lado da outra, vendo o sorriso empolgado antes de dormir e a cara amassada ao acordar.  Para os 2, seria memorável viver uma diária história de amor, um pseudo casamento, uma fuga da rotina.Para os 14, seria incrível ter uma turma tão singular na universidade, repleta de gostos diferentes.
A distância machuca. Se fosse pra sempre, seria mais fácil, não iria doer, não deixaria feridas para tratar todos os dias.
Sabrina Teles; 12/01/2012