
Muito amor senti. Amor que doía as
vértebras. Amor que fazia chorar estando triste ou alegre. Amor demasiado. Amor
cego. Amor que dava forças para levantar em dias de chuva. Eis que,
sorrateiramente, notei o quanto estava me doando, sumindo dia após dia do
mundo. O amor me sugou, me levou embora e nada deu em troca. Amei, amei e não sequer
soube o que é ser gostada. Sofri quando vi que estava afogada em “eu te amos”
que eram somente meus. Olhei para lado, respirei fundo e disse adeus. Despedida
sufocante, pois embora me pisoteasse os sentimentos, era doloroso deixar partir
o que se ama. Engoli lágrima por lágrima do meu pranto para não perder nem o
líquido do meu corpo nesse adeus. Reorganizei frases, reciclei palavras, e fiz
delas armas contra a solidão. Peguei aquele amor gigantesco e converti em amor
próprio. Me amar todos os dias faz parte de mim. Renovei-me.
Revitalizei-me. Reencontrei-me. E aqui estou eu, mais uma vez, firme. Pois bom mesmo é morrer de amor e continuar vivendo
Sabrina Teles; 30/05/2012