
Você some, se vai e, com o tempo,
fica a sensação de nada. Depois, você aparece, reaparece e traz uma presença
confortável. Não parece ser o ópio que fora na época da insanidade, é muito
menos que isso, é uma brisa agradável. Bebo levemente a sua companhia, parece
ser eterna cada fração de segundos. Me seguro para não entregar, não por
orgulho, mas por amor próprio. Sou incontestavelmente egoísta. Busco a minha
felicidade, o meu amanhã sem dores musculares na consciência. Incoerentes, tão
contraditórios são os sentimentos que exalam quando o seu perfume está no ar. O
amor esquecidinho tenta gritar, contudo, as paredes construídas pelo tempo de
redenção já são muito sólidas. Grandes, gigantescas perto do seu interesse bobo
de menino. Que fique a querer. Estou prevenida, imunizada de cada toque seu.
Estou feliz, pela primeira vez, graças a mim. Valorizando o meu trabalho
maravilhoso, mesmo sabendo que o corpo suplicava calor, o deixei partir. Com suas
desilusões aprendi que de nada vale uma noite de alegria, se essa será seguida
de trinta dias de tristeza.
Sabrina Teles; 30/08/2012
1 comentários:
tão minha cara esse texto ! Lindo, é seu ?
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